sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS NÃO PODE SER NEUTRO

Autora: Izabel Macedo Ferreira O ILS sempre indaga: o que é interpretar certo? O ato interpretativo implica no modo de pensar certo do ILS, envolvendo um movimento dinâmico e dialético, entre o ato interpretativo e o pensar sobre a interpretação, pois, o só “saber sinais” aleatório, produz apenas uma interpretação ingênua. Uma vez que, a interpretação seja qual for o tema, uma pregação na igreja, uma palestra, uma reunião de negócios, traz no seu bojo marcas de seu olhar no mundo, sua opção política, seja ela qual for, de modo que se torna impossível o ILS ser neutro. A reflexão crítica sobre o próprio ato interpretativo torna-se uma exigência da relação entre o ILS e a comunidade surda sem a qual a interpretação pode ir virando blábláblá. É necessário, portanto que o aprendiz – intérprete quer seja sua formação, nos cursos oferecidos na igreja, na escola, ou na faculdade, desde o princípio de sua experiência formadora, assuma-se como sujeito que vai traduzir e produzir significados. O tradutor é aquele que vai traduzir e produzir significados, gerar formas recriadas na língua para a qual traduz. A tarefa neste caso é um refazer o texto numa outra voz; voz que faz ecoar as significações culturais que trabalham esta língua (ROSA, 2005, p.80) e se convença definitivamente que interpretar, não é apenas “fazer sinais”, mas criar possibilidades de contribuição no complexo jogo da tradução/interpretação.

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